domingo, 22 de março de 2009

O Acidente

Madrugada de sábado para domingo. Eu, Fernando, Bruno, Julia e Wagner. Fizemos um esquenta no Bola 7, um bar perto da casa do Bruno. Saímos de lá mais ou menos 1h30min da manhã. Após não entrarmos numa balada em frente à casa do Bruno, decidimos ir para algum outro bar na Vila. Como muitos lugares já estavam fechado, decidimos ficar em qualquer lugar bebendo aquelas latas de cerveja bem pouco gelada.
Após muitas loucuras e conversas, olhei no meu relógio e vi que eram 4 horas da manhã e decidi que precisávamos ir embora. Fui correndo até o meu carro na vaga em que parei.
A mulher que estava como flanela falou que eu tinha que pagar 5 reais para ela, então eu disse:

-Meus amigos estão na outra rua. Vou buscá-los para me ajudarem a te pagar.

No momento que sai daquela vaga pensei "Vou fugir. Não vou pagar 5 reais para ela. A rua é pública.". Virei na rua em que os outros estavam. Mandei todos entrarem depressa no carro pois queria fugir da mulher. Eles entraram e fui reto, virei em outra rua e foi aí que aconteceu...

Eu acelerava a cima do limite de velocidade. Vi o farol vermelho para mim. Parei o carro normalmente. E então, do meu lado passou um carro a toda velocidade, muito mais rápido do que eu. O carro foi em frente mesmo com o farol vermelho e no cruzamento ele bateu com toda força no carro que vinha da outra rua. O carro que tinha passado do nosso lado, não sei como, fez uma curva e parou na calçada. O carro em que ele bateu foi parar na calçada. Pedaços do carro voaram para todos os lados.
A cena se repassava sem parar na minha cabeça

Travei. Não conseguia acreditar no que via. Tudo que eu conseguia pensar ou dizer era "Caralho! Não acredito que eu vi isso!". E então outra coisa me ocorreu naquele momento. Em 1949 Jim Morrison, vocalista da banda The Doors prescenciou um acidente na estrada que marcou sua vida. Acho que o mesmo vai acontecer comigo.

Depois cheguei a pensar que se eu tivesse tentado "queimar" aquele farol como sempre fiz muitas outras vezes, eu poderia ter causado aquele acidente.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Diário de Um Paciente 2a parte

Quando acordei eu estava sendo levado para a sala de recuperação, eu ainda estava grogue da anestesia e muito tonto. A enfermeira que estava me levando para a sala me disse que a operação tinha dado certo e estava tudo bem.
Na sala de recuperação eles levantaram a parte de trás da cama e isso me deixou mais tonto do que eu já estava. Foi nessa hora que me dei conta que haviam vários curativos no meu queixo e gelo embrulhado em uma tipóia em torno no meu rosto.
Senti que havia acumulado muita saliva dentro da minha boca e levantei a mão para a enfermeira que agora cuidava de outro recém operado. Ela me deu um papel e uma caneta para escrever o que eu queria. "Tem sugador?" a minha letra nunca esteve tão feia.
Como não consegui colocar o sugador dentro da boca me conformei em esperar para sair da sala. Porém, quando eu menos esperava, comecei a tossir de boca fechada e a enfermeira me deu um pano de rosto para tossir nele. Depois que tirei o pano da frente da boca me senti mal em vê-lo encharcado de sangue. Tentei ficar acordado por mais alguns momentos até dormir novamente.

Cheguei no meu quarto. Me colocaram na cama onde em apenas alguns segundos eu apaguei novamente. Algumas horas depois, acordei com muita vontade de tirar água do joelho. Me deram o detestável "papagaio" para executar a tarefa, mas, foi em vão. Decidi chamar o enfermeiro para me ajudar a ir no banheiro e quando levantei com a ajuda dele senti uma tontura 10 vezes maior do que quando estava na sala de recuperação. Em frente à privada, olhei para baixo e senti uma enorme vontade de vomitar. Decidi voltar para cama e tentar de novo mais tarde.
Meu nariz estava absurdamente entupido desde que sai da operação, isso vez com que eu roncasse todas vezes em que eu dormia, uma grande irritação para mim já que eu sempre acordava com o meu próprio ronco.

Para piorar tudo, naquela noite, meu dentista passou no quarto e colocou dois elásticos no meu aparelho para que forçasse minha boca a ficar fechada 24 horas. Minha garganta agora também doía devido a entubação da operação. A fome começou a se manifestar no dia seguinte.

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Exatamente um mês depois, meu rosto não estava mais inchado, todas as dores já tinham passado e o meu dentista finalmente me liberou para comer qualquer coisa. Porém o lado esquerdo o meu queixo continua anestesiado até hoje.

FIM!!!

terça-feira, 3 de março de 2009

Diário de Um Paciente 1a parte

Como alguns sabem, no começo de janeiro deste anos eu fiz uma operação e poucos dias depois escrevi esse texto, então tive a idéia de colocá-lo aqui.

Fazia tempo que eu sabia que eu tinha que fazer essa operação no maxilar. O objetivo dela era alinhar os ossos da minha mandíbula e não muito paralelo a isso alinhar o meu septo devido a problemas respiratórios que até então nem eu sabia que tinha.
Como parte desse tratamento eu sabia que eu teria que ficar um mês ou até mais tomando sopa e comendo apenas alimentos líquidos.

Dia 5 de janeiro. Acordei já me preparando psicologicamente para o grande dia. Me enchi de guloseimas e para finalizar, fui ao consultório de minha irmã para fazer a limpeza que meu dentista havia pedido. Ironicamente, na minha última noite de jantar antes da operação eu tomei sopa. Eu já estava conformado que aquele seria meu prato pelos próximos dois meses.
Cheguei ao hospital Albert Einstein com a minha mãe. Fizemos meu registro para que eu pudesse ser internado. Após o meu quarto ser higienizado, subimos. Olhei no relógio, 22h15min. Ao entrar no quarto pensei “Então é isso aí”. Pus meu pijama e dormi assistindo televisão. O enfermeiro entrou no quarto por volta das 6 da manhã. Ele me deu um remédio para dormir pois a cirurgia seria feita dentro de alguns minutos. Ao tomar o remédio pensei “como se a essa hora da manhã eu precisasse disso para durmir.”
O anestesista entrou no quarto e deu uma injeção em uma das minha nádegas. Mais 2 enfermeiros entraram no quarto com uma maca. Deitei nela depois de colocar aquele avental que eles tem nos hospitais. Quando eu deitei na maca eu ainda estava no quarto, mas, o poder da anestesia foi tão forte que eu nem lembro de sair do quarto.
Pouco depois ouço alguém me acordando abro os olhos de leve e vejo meu dentista, o Dr. Ricardo. Ele me pergunta se eu sei quem ele é. Faço o sinal positivo como o polegar e volto a dormir graças aos efeitos da anestesia.
Nas 4 horas seguintes, eu dormi feito pedra. Nas 4 horas seguintes, eu estava sendo operado. Nas 4 horas seguintes, haviam serras me cortando, martelos fixando pinos em mim, mini-câmera dentro do meu nariz e tesouras cortando dentro dele.

FIM DA 1a Parte!!!!