terça-feira, 27 de outubro de 2009

História de Ninar


Desde pequeno, nossos pais nos contam histórias de contos de fada, princesas, violões e tudo mais. Isso sempre foi uma tradição na vida de toda criança. Quem nunca escutou a história da Rapunzel, da Bela Adormecida, da Branca de Neve e por aí vai. Mas o que ninguém nunca parou para pensar foi que essas histórias só existem em livros estão longe da nossa realidade e mais, elas deveriam se adaptadas para o dia de hoje para que nossas crianças enxerguem um pouco melhor a realidade.
Para começar, em vez de toda história ter um príncipe e uma princesa, uma bruxa, começar com “era uma vez” e terminar com “viveram felizes para sempre” elas deveriam ser mais baseadas em fatos reais. Por exemplo. Imagine-se com uns 7 anos de idade e você pede para sua mãe contar uma história para dormir e ela, com aquela voz doce de mãe começa:

- Era uma vez um alemão chamado Adolph Hitler. Ele desenhava muito bem, mas os malvados da escola de arte não aceitaram seus desenhos. Por isso, ele decidiu matar todos os judeus, se tornar o maior ditador que já existiu e reerguer a Alemanha e causar a 2ª Guerra Mundial.

Um tanto interessante. Outra história bizarra é a da Rapunzel. Seu cabelo cresce metros, e só Deus sabe como e o joga da torre para o príncipe escalar e salvá-la. Se essa história fosse contada hoje, seria algo como:

- Era uma vez uma mulher chamada Rapunzel, ela tinha sido presa por porte de maconha e por isso estava na cela mais alta da prisão. Ela tinha fumado tanto que acreditava que seu cabelo era gigante e para tentar vender mais, ela jogava seus cabelos para que os outros prisioneiros pudessem chegar até ela.

E na história da Branca de Neve há um grande erro. Ninguém nunca parou para pensar que o vilão da história não era a Rainha e sim o espelho. No começo da história ela pergunta ao espelho “Espelho espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?”. Ele poderia ter dito algo como “Alguém mais bela que você? Ma-gi-na né amiga! Você é a mulher mais linda e poderosa, fica na sua!”, mas, ao invés disso ele diz “É, tem sim, aquela perua da Branca que vive com salário mínimo na periferia do bosque, vai lá matar ela” ou seja, nossas crianças aprendem a matar quem é mais bonita que elas?
Tem também a Bela Adormecida. Para começar, ela já se fode na vida ainda jovem. A bruxa a amaldiçoa “Antes do por do Sol de seu décimo sexto aniversário...”. Quer dizer, a menina é menor de idade, virgem e já destroem a vida dela. E a maior prova de que a história dela é uma má influência.
A história da Cinderela também é a maior besteira do mundo. Como que alguém pode se maravilhar com uma empregada virando a princesa da história? Isso sem falar no nome dela, uma empregada jamais teria um nome desses, o nome título poderia ser algo como “Valquíra, a gata borralheira” e a história seria assim: “Era uma vez uma mulher chamada Valquíria, ela era empregada doméstica. Um dia, as baratas da cozinha que eram suas amigas costuraram um avental feito de restos de comida para ela ir ao encontro anual de empregadas, onde ela conheceu Washington, ex-presidiário que ela se apaixonou. Ele colocou nela um tênis falsificado da “Mike” que ele comprara na 25 de março e eles viveram felizes para sempre na Favela da Rocinha”
E até mesmo quando a o conto não envolve princesas e todos os outros clichês, o enredo é uma porcaria. “João e Maria” é um exemplo perfeito disso. Eles foram tão burros que fizeram uma trilha de migalhas de pão e foram parar numa casa feita de doces onde a bruxa os prendeu lá. Hoje em dia essa fábula seria algo como: “Luis e Amanda saíram pelas ruas de São Paulo para acharem um Motel para treparem a noite toda. Se perderam no caminho pois seu GPS estava sem bateria. Foram parar em Capão Redondo onde foram seqüestrados e mantidos em cativeiro na casa de um traficante que queria vender doces (LSD).
ior que essa, só a Chapeuzinho Vermelho. Como que alguém não reconhece sua própria avó? Primeiro que ao chegar na casa da avó, ela veria o sangue pelo chão e os sinais de luta pela casa segundo que retardada não saca que tem a porra de um lobo, um bicho peludo, fedorento e com orelhas pontudas, e que ainda por cima aquela porra fala.
E não é só nas fábulas. Há alguns exemplos de músicas para ninar. “Nana neném, que a Cuca vem pegar. Papai foi pra roça, mamão foi trabalhar.” Como que nossos pais esperam que a gente durma? Sabemos que a Cuca bem pegar, isso é uma merda mas ainda dá para segurar, mas um foi para a roça e a outra foi trabalhar? Ou seja, me dê uma arma que eu vou ficar de vigia.
Cravo e a Rosa também é um exemplo disso. É um casal que se ama, mas brigam e nunca mais se falam. Isso explica porque a taxa de divórcio é tão alta.
E aquela música da casa? “Era uma casa muito engraçada, não tinha teto não tinha nada. Ninguém podia entrar nela não porque na casa não tinha chão. Ninguém podia dormir na rede porque na casa não tinha parede. Ninguém podia fazer pipi, porque pinico não tinha ali. Mas era feita com muito esmero, na rua dos bobos número zero”.
Essa é uma música muito legal de analisar. A merda da casa não tem nada, teto, chão, parede, privada. Ou seja, não é uma casa. É um barraco na Favela da Rocinha, provavelmente onde vivem Valquíria e Washington e seus 7 filhos. E o que diabos significa esmero? Aposto que é uma palavra inventada só para rimar com zero. Aliás, o número da casa é a única coisa que condiz com o resto da música.
Acho que as crianças cresceriam um pouco mais ajuizadas e educadas se essas fábulas e músicas fossem readaptadas para a nossa atual realidade. Depois ainda falam que a má influência é aquilo que assistimos na televisão.