quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O Blackout Humano



Terça feira, dia 10 de novembro de 2009. Eu estava em casa assistindo um de meus seriados favoritos. Lá por volta das 10h20min da noite tudo estava normal até que todas as luzes da casa se apagam. Poucos segundos depois, ela volta e fica piscando por alguns segundos até que se apaga completamente.
Peguei uma vela com meus pais que também se preveniam contra a escuridão. Ligamos para meu irmão para avisá-lo da falta de luz. Quando meu pai desliga o telefone, ele diz que meu irmão já sabia, pois seus amigos também foram ávidos do mesmo fato. A notícia de que o blackout dominava a cidade de São Paulo me fez perceber que não havia mais esperança de eletricidade naquela noite.
Com uma pequena vela em chamas, peguei minha câmera digital e deixei filmando a vela. Ao lado da câmera fiquei tocando violão e recitando uma poesia em inglês improvisada. Um tanto bizarro diante da falta do que fazer. Mas foi um momento de inspiração em Jim Morrison.
Olhei no relógio. 11h00min da noite. Peguei um dos blocos de yoga, sentei e ao som irritante do alarme de carro em algum canto não muito distante comecei a meditar. Passados uns 20 minutos, meu irmão chegou em casa com a notícia de que estava sem luz no Brasil inteiro.
Ficamos discutindo algumas conseqüências como lojas e bancos que poderiam ser facilmente assaltados já que, não tocaria o alarme e por aí vai. Quando eu olhei no relógio e vi que era meia noite, decidi ir dormir.
No momento em que deitei na cama, minha mente viajou em pensamentos. Em primeiro lugar: Como pode o Brasil, querer ser uma grande potência nesse mundo, se do nada acaba a eletricidade no país INTEIRO? Depois fiquei pensando se seria necessário acabar a luz para eu me sentir motivado para ir meditar.
Finalmente um último pensamento passou pela minha mente. A humanidade sem eletricidade é como o ser humano sem um cérebro. Tudo fica vazio, tudo deixa de funcionar, e não adianta entrar no constante desespero pois não há nada que possamos fazer. Acho que a vida dos homens das cavernas era melhor. Eles não tinham eletricidade e viviam bem com isso. Viviam no meio da natureza e a única obrigação que tinham era caçar. Na verdade a única coisa mais sofisticada que eles tinham era o fogo.
A falta de eletricidade nos deixa cego. Isso é a prova mais viva de como somos escravos da tecnologia, como tudo é eletrônico, tudo funciona à base da eletricidade, sem elas não somos nada. Não vou nem mencionar as analogias do apagão com o famoso “21 de dezembro de 2012”, o apocalipse. Mas se em algum momento o ser humano está em guerra com as máquinas, mesmo se essa guerra não acabou, nós já perdemos. E ai?


Um comentário:

  1. Muito legal o seu blog!
    Gostei das postagens!!

    Sucesso .. com o blog e com a banda!!

    Bjs

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